segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Aniversário do Papai

Sempre gostei de comemorar os aniversários, desde os dos meus pais, irmãos, o meu... o aniversário do papai Renato nunca passou em branco, mesmo quando ainda só éramos namorados. Depois que nos casamos a mamãe comemorou todos os anos, sempre reunindo a famílias e alguns amigos.
Me recordo de um em que inventei fazer uma surpresa lá no quiosque, mas ele era muito esperto e acabou descobrindo alguns minutos antes. O aniversário dele que você estava na minha barriga, fomos para um hotel fazenda em Uberaba, a mamãe reservou e levou ele de surpresa, passamos lá só nós três, ah como foi gostoso aquele final de semana.
Nesse ano o papai Renato completaria 34 anos, tão novo né, tão cheio de vida, tão cheio de planos, sorriso fácil, um pai tão amoroso e tão presente, um marido tão querido e tão especial... e por tudo isso nós não deixamos passar em branco.
Pela manhã fomos levar as nossas flores... saindo de casa você me perguntou como era mesmo o nome daquele lugar que nós íamos, você nunca tinha perguntando, sempre se referiu como o jardim do papai. Mas eu te respondi: "cemitério". Você me olhou assustada e me disse que cemitério era lugar onde as pessoas morrem. Te expliquei então que era lugar onde colocávamos o corpo de quem já havia ido para o céu, mas que eu preferia chamar de "jardim do papai".
Chegando lá você olhava longe pela janela do carro... e disse que estava triste porque era aniversário do papai e você não queria que ele tivesse ido para o céu. Descemos com as nossas flores, e você já queria mexer na terra: "pode deixar mamãe eu sou muito boa em cavar", ah quanta pureza... Plantamos as flores, regamos e então você falou assim: "vamos cantar parabéns para o papai?" e cantamos... "Parabéns pra vc... Viva o papai!", rezamos, acho que mais com ele do que pra ele. E você se lembrou de uma oração: "mamãe aquela oração é, "e levai as almas todas para o céu", então é isso, as almas vão para o céu, mas aqui também tem almas."
Ah minha doce menina, tão pequena e tão sábia... Quando saíamos de lá você chorou no carro, disse que estava com muita saudades, apertou firme a minha mão e eu te disse que eu também estava com muitas saudades, que também é difícil pra mim.
À noite fomos à missa lá na Paróquia São Mateus onde o vovô Ivo é diácono, e depois fomos juntas, só nós duas comer comida japonesa, uma das prediletas do papai.
Fiquei encantada em ver você comer dessa vez, nossa como você estava à vontade com os palitinhos... "mamãe experimenta essa pra vc ver que delícia..."
Isso é que existe de verdade... o papai vive... vive em nós, vive no amor que sentimos por ele, vive em Deus e está conosco à todo momento, tenho certeza!!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário