quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Viagens para Patrocínio

Nesse último final de semana (18 e 19/11/2016) fomos para Patrocínio. Viajar para essa cidade para a mamãe sempre foi bem normal desde que me entendo por gente. Íamos todos os meses quando crianças, e sempre foi uma alegria imensa reunir toda àquela gente. Depois que eu e o papai nos casamos, ele foi lotado na regional de Patrocínio, era então lá um policial civil na perícia científica. Ai então ir em Patrocínio era como mudar de bairro, íamos de madrugada, à noite, com chuva... era uma viagem super normal, estávamos bem acostumados. Mas depois daquele 25/11/2014 tudo mudou. Ir em Patrocínio para a mamãe se tornou uma missão quase impossível, é bem difícil atravessar àquela estrada. Até hoje parei n'aquela ponte umas 3 vezes, pelo que me lembro. A primeira vez ainda tinha vestígios do acidente, destrossos do carro, a ponte completamente quebrada, confesso que parei para procurar ele, procurar algo que me trouxesse ele... e a única coisa que ganhei foi uma ordem "vai embora daqui, eu não estou aqui", foi como se ele dissesse ao meu ouvido. Estávamos eu, você, vovô Ivo, vovó Luzia, vovô Neuber, vovó Fátima, Tatá e tio Neuber. Na segunda vez já havia uma cruz, que o vovô Neuber e o vovô Ivo tão carinhosamente colocaram para demarcar o lugar em que o papai havia ressuscitado. Mas a ponte ainda estava quebrada. Paramos ali, me ajoelhei, e disse ao papai como eu ia continuar passando ali com tanta tristeza... até a ponte ainda estava da mesma forma, toda quebrada. Uns 15 dias depois começaram à arrumar a ponte. Com toda essa minha dificuldade diminuímos muito as nossas idas à essa cidade tão comum à minha história. Em junho desse ano, 25/06, havíamos programado de ir, acordei péssima, muito angustiada como todas as vezes. Acendi uma vela que ganhamos do padre Olimar, rezei muito e pedi ao papai que me ajudasse, eu não tinha a mínima condição de viajar, estava muito angustiada. Terminei de rezar, apaguei a vela e já corri ao banheiro, tive uma diarréia terrível, parecia que estava me lavando mesmo de toda aquela angústia. Ao sair do banheiro parecia que tinham tirado, toda àquela coisa ruim que  eu sentia, com as mãos. Fomos tão tranquilos, paramos lá, você dormia, desci, rezei e apenas agradeci. Nesse final de semana foi assim também, a angústia já era menor, mas ainda assim, acendi minha vela, rezei, pedi ajuda e mais uma vez uma diarréia. Fomos eu, você, o vovô Neuber e a vovó Fátima, sem ansiedade, sem angústia, com muita saudade... mas com o coração mais calmo. Penso que o papai ficou dando risada, há anos o vovô Neuber não anda na estrada com ninguém dirigindo, rsrs, estava bem engraçado eu na direção e o vovô do lado.
Não sei porque foi ali, naquela estrada, nesse caminho de tantos de nós, não é fácil passar ali, nunca mais será. Mas sabe filha acredito muito que Deus vai ajudando a gente, e o papai também é claro, é impossível conseguir sozinhos! Ainda não te levei lá, não paramos lá para te mostrar, isso vai acontecer no dia em que você quiser saber. Você gosta muito de ir em Patrocínio, chama com frequencia para irmos lá, há muitas razões para irmos, muitas pessoas amadas e que nos amam também! E o amor, ah o amor, é àquele que nos restaura e nos faz ter vontade de viver!!!

Essa é uma foto da entrada de Patrocínio, tirada pelo papai chegando na cidade em 16/12/2013.